sexta-feira, 5 de junho de 2015

THE RAKE’S PROGRESS, Teatro de São Carlos, Maio 2015



(review in English below)

O Teatro de São Carlos encerrou a temporada operática com The Rake’s Progress de Igor Stravinsky, numa nova produção encenada por Rui Horta.

É uma ópera de que não gosto e, mais uma vez, não consegui tirar prazer como espectador. A encenação é bem conseguida, simples, vistosa (pelos figurinos) e bizarra como o libreto, tirando também partido do camarote real do teatro.

Joana Carneiro dirigiu com elevação a Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro do Teatro de São Carlos esteve sempre bem. Os solistas foram de qualidade. O tenor Tuomas Katajala foi um Tom Rakewell com presença cénica aceitável mas voz afinada e bem audível ao longo de toda a récita. O soprano Ambur Braid interpretou Anne Truelove com classe, embora pouco audível no registo mais baixo. Luís Rodrigues foi o melhor intérprete da récita, oferecendo-nos um Nick Shadow diabólico, vocalmente irrepreensível e sensacional. Maria Luísa de Freitas como Baba, apesar da caracterização ridícula,  teve uma óptima presença cénica, que fez esquecer algumas falhas na afinação. Também estiveram bem Nuno Dias como pai Truelove, Carlos Guilherme como Sellem, Cátia Moreso como Mother Goose e João Oliveira como guardião do hospício.

Mas, repito, é uma ópera de que não gosto e, mais uma vez, assim foi.

***


THE RAKE'S PROGRESS, Teatro São Carlos, Lisbon, May 2015

Teatro São Carlos ended the season with the opera The Rake's Progress by Igor Stravinsky in a new production directed by Rui Horta.

It's an opera that I do not like and, once again, I could not take pleasure as a spectator. The staging is simple, showy (the costumes) and bizarre as the libretto, also taking advantage of the royal theater box.

Joana Carneiro brought quality to the Portuguese Symphony Orchestra and the São Carlos Theatre Choir. The soloists were all good. Tenor Tuomas Katajala was a Tom Rakewell with good scenic and vocal presence, always revealing a finely tuned and well audible voice. Soprano Ambur Braid played Anne Truelove with class. Luís Rodrigues was the best performer of the performance, offering us a diabolical and vocally faultless Nick Shadow. Also well were Maria Luisa de Freitas as Baba (despite the ridiculous characterization), Nuno Dias as father Truelove, Carlos Guilherme as Sellem, Catia Moreso as Mother Goose and João Oliveira as the hospice guardian.

But, I repeat, it is an opera that do not like and once again, that was the case.


***

1 comentário:

  1. É saudável, não se gostar de obras de 'arte' mesmo quando muitos outros gostam; balizar o nosso gosto dá-nos um referencial que, além do mais, permite que apreciemos melhor, e com mais entusiasmo, aquilo de que gostamos.

    ResponderEliminar